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19/11/2024

Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino: mulheres consolidam protagonismo com apoio de microcrédito

A habilidade e a paixão pelas vendas começaram a aflorar em Laiane Formentin ainda na infância. Porém, foi apenas na vida adulta, depois de diversas experiências profissionais, que ela decidiu dar um passo firme em direção ao negócio próprio. Em 2024, a comerciante celebra o Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino, nesta terça (19/11) com dois anos e meio à frente da Laisa Store, uma loja itinerante de acessórios femininos.

Antes de abrir a empresa, Laiane considerou uma série de fatores para tomar a decisão. O principal deles estava dentro de casa: a filha, para quem ela tem a necessidade de dedicar tempo e atenção. A realidade dela é comum a 64% das mulheres empreendedoras do Brasil, segundo pesquisa do Sebrae (2024), que apontou que os cuidados com os filhos “influenciam muito” na decisão de investir em um negócio próprio.

“Morava em Içara e me mudei para Criciúma. Como não tínhamos rede de apoio pelo fato de termos uma criança autista, comecei aos poucos. Na época, iniciei vendendo lingeries e, pouco tempo depois, passei a vender maquiagens. Eu sempre gostei disso. Era daquelas meninas que, com 10 anos, vendia revistinhas de Racco, Avon e Natura”, relata.

A clientela foi crescendo e, em poucos meses, Laiane, com a ajuda do marido, passou a usar o carro da família para levar mercadorias às consumidoras. Porém, em determinado momento, começaram a enfrentar dificuldades de espaço no apartamento e no veículo. Foi aí que surgiu a ideia de adquirir um utilitário e criar a loja móvel. “Sentimos a necessidade de oferecer um espaço maior para as clientes e também posicionar melhor os produtos à venda”, explica.

Para as ampliações, Laiane contou com o apoio do microcrédito produtivo, por meio da Credisol, organização da sociedade civil de interesse público focada em crédito para microempreendedores formais e informais. “Conheci a instituição por meio da Feira Inspirar, da qual sou nucleada, e tive acesso primeiro ao programa Mão na Roda (programa que engloba incentivos do Gonvero do Estado, que paga todos os juros da operação, e da Prefeitura de Criciúma, responsável por quitar uma parcela do financiamento como parte do capital). Seis meses depois, já tive acesso a outro crédito. Nas duas vezes, utilizei os recursos para dar uma alavancada na loja, aumentar o estoque e o fluxo de caixa”, conta.

A realidade de acesso ao crédito para as empreendedoras, no entanto, está entre os principais desafios para quem segue esse caminho. Segundo pesquisa do Sebrae, com base em dados do Banco Central, as mulheres têm mais dificuldade para conseguir linhas de crédito e pagam juros mais altos. O índice médio pago por donas de negócios ultrapassa 40% ao ano, enquanto, para empresas lideradas por homens, é de 36,8%.

Com o objetivo de reverter esse quadro, a Credisol vem realizando ações afirmativas junto a empreendedoras, oferecendo oportunidades de crédito e capacitações. A principal ação é o Microcrédito Delas, utilizado por Laiane e mais de 6 mil empresárias somente em 2024. Foram 6.445 operações dessa modalidade, totalizando R$ 41,5 milhões liberados apenas neste ano.

“Esse trabalho contínuo, acompanhando a evolução do número de empreendedoras, vem se refletindo no panorama dos créditos tomados na nossa instituição”, conta o diretor executivo da Credisol, Júlio César Burigo. “Somente no ano passado, após 23 anos de fundação, o número de mulheres ultrapassou o de homens em nossa carteira ativa. Desde então, esse índice só cresce. Atualmente, elas correspondem a 54% das operações”, ressalta.

A história de Laiane, segundo ela, está só no começo. “Hoje me sinto realizada, mas sempre queremos algo a mais e vamos trabalhar para isso. Conto muito com a ajuda do meu marido na empresa, principalmente quando participo de eventos em outras cidades do estado, como na Grande Florianópolis. Nosso sonho é continuar crescendo”, destaca.

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